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Palestra feita em Carazinho-RS, em 8 de Abril de 2018

INTRODUÇÃO

Muitos quando entram numa Universidade levam um choque de realidade. Geralmente a escola é um ambiente de diversão. Os estudos são menos exigentes e temos mais tempo livre para brincar, fazer amizades, sair com os amigos, temos menos leituras, menos tarefas em casa para fazer e isso nos dá mais tempo livre. Em relação à nossas igrejas também, podemos participar com mais afinco das atividades da congregação, da união juvenil e etc. Porém é na escola que começam a surgir coisas que questionam a nossa fé. Estamos descobrindo nossa sexualidade e nesse período a mídia e muitos colegas na escola dizem que não há problema em se ter relações sexuais com muitas pessoas, que antes de casar é bom “aproveitar a vida”, como se ter relações sexuais sem responsabilidade fosse realmente aproveitar a vida, o que não é. É nessa fase escolar que a “sabedoria do mundo” (1 Co 3.19) começa a tentar nossos jovens e valores diferentes dos valores bíblicos de Lei e Evangelho começam a entrar no pensamento do jovem cristão. Isso é intensificado na universidade, além da propaganda midiática e dos colegas que incentivam pensamentos e comportamentos que as Escrituras dizem para não fazer, os professores e os autores que se lê podem seguir também uma direção anticristã e seguir uma agenda de colocar o cristianismo em descrédito. A vida acadêmica pode ser um grande desafio ao jovem cristão.

Para reagir a isso, alguns propõem que o cristão não participe da vida acadêmica, evite atividades, faça só o necessário e evite a todo custo materiais que sejam contrários à fé; alguns chegam a dizer para que o cristão nem sequer faça uma faculdade ou participe de cursos seculares, para evitar problemas à fé. Já outros dizem que o cristão deve influenciar seu meio. Partindo da ideia que o homem é produto do meio, acredita-se que o cristão deve fazer de tudo para tornar seu meio o “cristão” possível, ou seja, sempre responder e buscar contrapor o conhecimento secular com material acadêmico produzido com cristãos. Geralmente esses pregam que o cristão deve ter uma “cosmovisão cristã”, ou seja, que o cristão deve sempre buscar um paralelo sobre qualquer assunto entre cristãos para contrapor o secular. Se há uma pesquisa secular sobre determinado assunto, o cristão deve procurar, ou mesmo fazer, uma pesquisa com “valores cristãos” ou “feita por cristãos” para contrapor e assim estabelecer uma “cosmovisão cristã” na academia, na cultura, em todas as áreas da produção do conhecimento humano. Ou que o cristão influencie de alguma maneira os não cristãos a aceitarem “valores cristãos”, seja pelo convencimento, seja pela atuação política, seja pela atuação cultural, o cristão, segundo este modo de pensar, deve estar sempre pronto para dar uma “resposta cristã” a tudo que seja secular.

Será que essas duas reações mais comuns são as reações que a Bíblia ensina? Vamos ver…

O CRISTÃO NÃO DEVE TER MEDO DA ACADEMIA

A primeira reação, de que o cristão deve se privar do conhecimento secular, não encontra base bíblica para se pensar assim. Alguns exemplos podemos encontrar nas Escrituras de vida acadêmica, mostrando que o cristão pode muito bem se engajar numa vida acadêmica, isso não é contra a nossa fé. Um artigo da Assembleia de Deus em Pernambuco (IEADPE, 2016) nos enumera alguns exemplos:

  1. Moisés. O líder do êxodo “foi instruído em toda a ciência dos egípcios, era poderoso em palavras e obras” (At 7.22). Certamente, Moisés tinha obtido instrução de nível superior no Egito, conhecendo as letras, as artes, as ciências agrárias, a astronomia, a matemática e tudo o que era necessário para uma pessoa que, segundo historiadores, poderia ter sido ocupante do trono egípcio, como “filho da filha de Faraó” (Hb 11.24).

 

  1. Os jovens hebreus. Daniel, Hananias, Misael e Azarias, levados à Babilônia, foram selecionados criteriosamente em um verdadeiro “vestibular” (Dn 1.4). Após passarem pela prova de sua fé, não se contaminando com o manjar do rei, os moços hebreus receberam de Deus “conhecimento e inteligência em toda a cultura e sabedoria” (Dn 1.17). Mesmo admitindo a mão de Deus na vida daqueles servos do Senhor, vemos que eles receberam instrução Superior dos céus e também da “universidade da Babilônia” e souberam manter-se fiéis, mesmo que fossem lançados no fogo ou na cova dos leões.

 

  1. Jesus entre os doutores de Israel. O adolescente Jesus, aos 12 anos de idade, teve a oportunidade singular de, com a sabedoria divina, confundir os doutores e sábios de Israel (Lc 2.46-47). Os doutores de Israel eram, sem dúvida, pessoas de nível “universitário” para a sua época. O menino Jesus os sobrepujou em tudo, pois crescia “em sabedoria, em estatura e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52).

 

  1. O apóstolo Paulo. Devemos, também, considerar a ascendência “universitária” judaica de Paulo (Fp 3.5). Na escola da sinagoga o menino começava a ler as Escrituras com apenas cinco anos de idade, aos dez anos, estaria estudando a Mishna com suas interpretações emaranhadas da Lei. Assim, ele se aprofundou na história, nos costumes, nas Escrituras e na língua do seu povo (falava hebraico, grego, aramaico e latim). Saulo de Tarso passou em Jerusalém sua virilidade “aos pés de Gamaliel”, onde foi instruído “segundo a exatidão da lei…” (At 22.3). Gamaliel era neto de Hillel, um dos maiores rabinos judeus.

 

Vemos com isso que não é pecado para o cristão participar da vida acadêmica, ter acesso ao conhecimento secular. A máxima da Bíblia: “ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom” (1 Tessalonicenses 5:21) vale para a vida acadêmica e o conhecimento em geral também.

MELHOR QUE INFLUENCIAR. PREGAR O EVANGELHO.

A outra reação proposta para o cristão na academia é que ele deve influenciar o meio ao seu redor para “cristianizá-lo”. A utopia é que ao invés de que se leia Marx, Nietzsche, Paulo Freire e outros pensadores seculares, substitua-se por autores cristãos atuantes nas mesmas áreas que os seculares, ou que haja sempre um contraponto “cristão” ao pensamento secular na academia. A ideia é transformar o meio para que seja menos hostil aos cristãos e mais favorável ao proselitismo religioso, ou seja, à “cristianização” da sociedade, começando pela academia, como resposta `a “secularização” que as sociedades pelo mundo estão enfrentando, que torna países que antes eram cristãos em estados “laicos” onde há liberdade para o pensamento não cristão, ou mesmo anticristãos e isso é considerado uma grande ameaça acadêmica e política aos cristãos.

Para certos grupos, quando a Bíblia diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão” (Gênesis 1.26), isso significa domínio dos cristãos sobre o mundo e que o cristão está em guerra contra o mundo e não há meio termo, ou o cristão e “não há um meio termo entre o reinado de Cristo e a rebelião do mundo, ou você está de um lado da trincheira ou está do outro” (Ulisses 2018).

A Palavra de Deus também não dá base para esse tipo de leitura da vida acadêmica. Como vimos, na Bíblia os personagens que estudaram em instituições pagãs, como Moisés, Daniel, Hananias, Misael, Azarias e o apóstolo Paulo, não sinalizam em nenhum momento que tentaram “influenciar” mudar o currículo de suas escolas em debates e brigas sem fim. Eles não foram “apologéticos”, mas quando tiveram chance, testemunharam sua fé em Deus, o que é diferente de “influenciar” ou “dominar”.

A Apologia da Confissão de Augsburgo, no Artigo XVI, nos ensina que “o Evangelho não veio trazer novas leis sobre o estado civil, mas ordena que obedeçamos às leis atuais, se eles foram enquadrados por pagãos ou por outros, e que nesta obediência devemos exercitar o amor”, isso vale para a política e para a academia também.

Ao invés de combatermos hostilidade com hostilidade, ao invés de respondermos os questionamentos seculares com militância “cristã”, a Bíblia nos dá outra instrução:

Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias. É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal. (1 Pedro 3:15-17 NVI)

Não somos chamados a “cristianizar” as coisas, mas para pregar o evangelho, fazer discípulos (Mateus 28.19). Hermann Sasse nos lembra que “não há uma “ordem cristã” para a sociedade, pois essa seria uma tentativa de fazer desaparecer o pecado do mundo” (Sasse, 2018) e que é condenável “a tentativa do fanatismo e do protestantismo influenciado pelo fanatismo para “cristianizar” o mundo” (Ibid., 2018).

LEI E EVANGELHO NA VIDA ACADÊMICA

A Palavra de Deus nos apresenta duas mensagens: Lei e Evangelho. É importante discernir e distinguir essas duas mensagens corretamente na vida acadêmica também. Se nós queremos só “influenciar”, então estamos apenas comprometidos com a pregação da Lei. As pessoas devem aceitar as proposições feitas por cristãos mesmo contra a vontade delas porque essa seria a “verdade”, não há evangelização, não há ação do Espírito Santo, apenas ação humana buscando impor uma filosofia, não pecadores falando para outros pecadores da salvação em Jesus Cristo.

Robert Kolb (Kolb, 2009, pp. 10-11) nos ajuda com isso dizendo que temos que identificar o que realmente as pessoas querem saber quando conversamos com elas sobre cristianismo. Por exemplo, o aborto, tema recorrente hoje em dia. Se a pessoa quer justificativa para abortar, não podemos dar isso a ela, então aqui cabe a pregação da Lei, de que valorizamos a vida desde a sua concepção até a fim dela, temos que lidar com a hipocrisia de muitos cristãos que lidam com esses temas de forma dúbia, por exemplo defendendo a vida na concepção, mas pregando que “bandido bom é bandido morto”, defendendo a morte de desconhecidos sem um julgamento justo. Essas hipocrisias entre nós são um desafio grande na vida acadêmica e temos que estar preparados para pedir perdão por isso e testemunhar que Deus ama pecadores e que o cristianismo é feito de pecadores em processo de santificação, que também há falsas doutrinas em nosso meio e assim, talvez, criar uma oportunidade para testemunhar do Evangelho do perdão e da graça de Deus, mesmo que iniciando uma discussão com a Lei. No mesmo caso do aborto, pode ser que alguém esteja com a consciência ferida por ter pensado ou praticado o aborto, ou incentivado a isso, e aí cabe a pregação do Evangelho, para que a pessoa saiba do perdão dos pecados.

Outro exemplo, você tem um amigo ateu que zomba do cristianismo e acha que você é “bobo” por seguir a Cristo. Não é no debate com ele ou o hostilizando por ser ateu que você vai conseguir testemunhar de Cristo, mas é pela sua amizade, pela sua gentileza e bondade com ele, assim ele estará aberto, por ser bem tratado por você, para ouvir Lei e Evangelho.

Na vida acadêmica fazemos diversas amizades de diversos tipos, pessoas com histórias de vida diferentes, e temos a oportunidade de ao invés de hostilizar e procurar “influenciar” debatendo e buscando estabelecer a lei de Deus, ou as visões de mundo cristãs pela argumentação ou pela força, podemos amar e testemunhar sempre que possível do perdão e da graça que recebemos em Cristo, para que a pessoa, convencida do pecado pelo espírito Santo, possa encontrar alívio na cruz de Cristo. A vida acadêmica é uma ótima oportunidade de aplicar Lei e Evangelho.

JUNTO AO TESTEMUNHO, REVESTIMENTO.

a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.

Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo.

Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz.

Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno.

Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos.

Efésios 6:12-18 NVI

 

O testemunhar da fé é uma tarefa natural do cristão, porém na vida acadêmica pode haver vários obstáculos para isso, o assédio ideológico é muito grande em muitas matérias que o jovem escolhe, onde professores abertamente atacam o cristianismo e a Bíblia e fazem uma pregação religiosa anticristã desafiando os jovens cristãos a se manterem firmes na fé, mesmo contra uma inundação de pregação ideológica em certos cursos nas nossas universidades brasileiras.

 

John Stott faz a seguinte indagação:

“Ninguém deseja um cristianismo frio, triste, intelectualizado. Mas será que isso significa que temos que evitar a todo custo o “intelectualismo”? Não é a experiência o que realmente importa, e não a doutrina?” (Stott, 2012)

 

O título da obra de Stott é sugestivo: “Crer é também pensar”. Confiar em Cristo é apenas um “salto no escuro”, onde não precisamos pensar em nada, confessar nada, apenas “saber” que existe um Deus que se importa conosco e não pensar sobre isso? Ou é outro extremo, um código doutrinário firme que o cristão deve ter, a fim de “ter certeza da sua salvação” baseado na doutrina que confessa? Nenhuma das duas respostas é bíblica. Paulo quando faz sua confissão de fé, ele mostra racionalidade. Ele diz:

Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,

E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

1 Coríntios 15:3,4

Confiar em Cristo é uma apropriação daquilo que Ele oferece, daquilo que Ele promete, das bênçãos e da graça do Pai em Cristo. Essa apropriação é total, no campo dos sentimentos, mas também na intelectualidade, não apenas cremos, como sabemos que Jesus é o nosso Salvador e confessamos isso com a nossa intelectualidade. Uma pessoa com deficiências intelectuais pode ter dificuldade de elaborar algum raciocínio lógico sobre Cristo, mas ela se apropria, confia em Cristo porque recebeu do Espírito Santo a fé, porém pessoas com as faculdades intelectuais que lhes permitem ter uma vida social e articular raciocínios, conceitos e palavras também se apropriam da fé que o Espírito Santo dá e podem articular esta fé dentro de uma racionalidade que a capacite a testemunhar desta fé.

Antes de testemunhar, temos que aproveitar a fé que recebemos pelos meios que Deus instituiu – Palavra de Sacramentos. Usufruir deste presente de Deus é, como diz Paulo, se armar também com o escudo da fé. Se alimentar de Cristo é estar revestido dEle para resistir nos momentos de tentação e contradição com a nossa fé.

Por exemplo, um colega da faculdade faz perguntas que você não consegue responder, isso gera a dúvida no seu coração. Você não precisa responder ao seu amigo, você pode dizer “não sei, vou pesquisar o assunto”. O cristão não é obrigado a ter respostas para tudo. Porém a pergunta dele semeou a dúvida em seu coração. Enquanto você pesquisa o assunto em livros, artigos, perguntando a outros cristãos, etc, há revestimento abundante da fé na Palavra e nos sacramentos, Deus não vai te abandonar por você não estar seguro sobre certo assunto, mas Ele vai estar com você durante seu período de “crise existencial” e pesquisa sobre as dúvidas do seu coração. Lutero explica na quarta petição em sua breve forma do Pai Nosso, que diz para Deus nos dar o nosso pão de cada dia:

O pão é o nosso Senhor Jesus Cristo, que alimenta e consola a alma. Por isso, ó Pai celeste, concede a graça de ser pregada, confessada e mantida para nós e para todo o mundo a vida, a palavra, a obra e a paixão de Cristo. Ajuda que em toda a vida tenhamos a sua palavra e obra por vigoroso exemplo e espelho de toda sorte de virtudes. Ajuda que em sofrimentos e adversidades nos possamos fortalecer e consolar pelo e no seu sofrimento e cruz. (Lutero, 2015, posições 3871-3874)

Estar revestido de Cristo, confiar nEle e estar equipado com a armadura de Deus é fundamental para resistir às crises que as contradições e resistências à fé podem trazer na universidade, e isso é um privilégio nosso, não um mérito nosso, pois Deus nos reveste com sua graça e pela fé em Cristo temos a certeza da companhia de Deus conosco durante os períodos em que temos que estar firmes em relação ao assédio do mundo e suas ideologias, falsa alegria, falsa paz e argumentos contra a nossa fé. Porque Cristo está conosco e nos reveste com sua armadura e com a confiança nEle, podemos trabalhar essas contradições com calma, sem desesperar ou ter a presunção de que temos a resposta para tudo, podemos responder “não sei” para muitas perguntas e manter a confiança em Cristo mesmo em períodos de dúvidas e indagações sobre questões concernentes a Deus e sua Palavra.

Uma frase atribuída a Lutero diz: “Não sei por quais caminhos Deus me leva, mas confio no meu Guia”. Isto resume a confiança do cristão. Não sabemos de tudo, não devemos ter essa presunção, mas confiamos em Deus, estamos revestidos de Cristo que nos alimenta pela sua Palavra e Sacramentos, temos o perdão dos nossos pecados, então mesmo em períodos de crise não estamos sozinhos, mas Deus está conosco em todos os momentos. 

 

Obras Citadas

IEADPE. Assembleia de Deus Pernambuco. 25 de Novembro de 2016. https://www.ieadpe.org.br/index.php/departamentos/jovens-e-adolescentes/1452-o-adolescente-cristao-e-a-vida-academica (acesso em 10 de março de 2018).

Kolb, Robert. Comunicando O Evangelho Hoje. Porto Alegre: Concordia, 2009.

Lutero, Martinho. Breve Forma do Pai Nosso. In: Obras Selecionadas de Martinho Lutero volume 2: o programa da Reforma [on-line] – 3. ed. atual. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia; Canoas: Ed. ULBRA, 2015. Edição do Kindle.

Sasse, Hermann. Surian. 11 de março de 2018. https://thiagosurian.wordpress.com/2018/03/11/nao-pode-existir-estado-cristao/.

Stott, John. Crer É Também Pensar. São Paulo: ABU, 2012.

Ulisses, Paulo. Reformai. 11 de março de 2018. http://reformai.com/fundamentos-da-cosmovisao-crista/.